
Não fazia muito que tinha começado a partida contra o Internacional quando Breno Mello sentiu uma fisgada no posterior da coxa. A peleia, disputada no Estádio Tiradentes em 05 de agosto, era importantíssima para as pretensões do Renner naquele Campeonato Citadino de 1956. A disputa pela liderança do campeonato estava palmo a palmo com a equipe do Grêmio, e não vencer aquele jogo poderia comprometer a busca pelo título.
Substituir Breno também não era uma alternativa, uma vez que o regulamento do campeonato não permitia a troca de jogadores. A opção de Selviro Rodrigues foi manter o atacante em campo, pois, como sabem, craque é craque e, mesmo mancando, ele poderia surpreender.
O que não estava previsto era um gol do Internacional em um contra-ataque fulminante, em um momento em que o Renner dominava amplamente a partida. Como em um videotape, a mesma jogada se repetiu minutos depois e Ivo Diogo marcou mais uma vez. No início do segundo tempo, um sopro de esperança. Joeci descontou para o Renner, 2 a 1.
Em seguida, o que se sabe é que Breno, o lesionado, recebeu uma instrução de cinema vinda do banco de reservas: “agarra Florindo, dá uma gravata”. A intenção era clara: deixar os dois times com 10 jogadores. Sem pestanejar, o atacante, já treinando seus dotes de ator, aproveitou um lance de ataque rennista para executar o roteiro previsto. Com uma atuação digna de oscar, Breno se pendurou no pescoço do zagueiro colorado até ele reagir com um furioso empurrão. Imediatamente após o lance, os dois foram expulsos e a confusão estava formada.
Os dirigentes do Internacional, Manoel Tavares (Presidente) e Efraim Pinheiro Cabral (Diretor de Futebol), invadiram o campo em protesto contra a continuidade da partida. O médico da equipe rennista, Dr. Arnaldo da Costa Filho, também não se conteve e invadiu o gramado para defender seus estimados atletas. O empurra-empurra se manteve até a polícia intervir para apartar a confusão.
Após longa paralisação, a partida reiniciou, mas já era tarde demais para o time rennista. A derrota estava decretada.

Eu tive o privilégio de ver esse grande time do Renner jogar contra o meu Juventude em jogos extremamente parelhos. Apenas com a exceção dos 9×2 rennistas no sábado de janeiro de 1955 que culminou com o título de campeão. Esse esquadrão merecia ter sido campeão mais de uma vez. Em algumas ocasiões as arbitragens tendenciosas para a dupla Grenal determinaram o destino do campeão.
De tão brilhante foi o Renner que eu não me contive em escrever um livro sobre a fabulosa campanha invicta de 1954.
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