
A parceria do G. E. Renner com o Instituto Porto Alegre (IPA) proporcionou a racionalização das atividades de preparação física, técnica e tática dos atletas rennistas. Nesse período, que durou de 1950 a 1959, os jogadores-industriários eram observados e orientados em diversos aspectos: a preparação física era comandada por profissionais formados em cursos de Educação Física, a concentração ocorria em ambientes à prova de distrações e a alimentação era balanceada de modo a proporcionar o máximo desempenho dos atletas. Selviro Rodrigues, o treinador – educador físico, revolucionou a rotina do time.
A preparação técnica, segundo Luiz Afonso Gomes, ex-aluno de Selviro e atual Professor do IPA, também foi modificada após o esquadrão passar a ser treinado pelo Educador Físico. Selviro Rodrigues passou a determinar que os atletas deveriam possuir domínio absoluto de seus instrumentos de trabalho: suas pernas e seus pés. Para isso, o técnico estabeleceu que todos os jogadores, sem exceções, deveriam saber chutar com os dois pés.
Para que os jogadores aprimorassem suas habilidades técnicas eram realizados dezenas de exercícios. Eram treinados passes, chutes a gol, assim como cobranças de falta e de escanteio. Todos os jogadores também eram convocados para atravessar o campo fazendo embaixadinhas com a bola. Para Selviro era a repetição que levava os jogadores à excelência. Como ele mesmo dizia: “se o jogador não domina suas pernas, como vai jogar futebol?”.
A preparação tática foi outro aspecto muito explorado por Selviro Rodrigues. No início dos anos 50, a equipe jogava no tradicional WM – esquema tático que propõe que o time entre em campo com 2 defensores e 3 jogadores na linha média do setor defensivo e, no setor ofensivo, com 2 ponteiros recuados e 3 atacantes. Um esquema protegido, que exigia que os marcadores centrais também soubessem sair jogando.
Em 1953, no entanto, Selviro alterou o esquema tático do time para 4-2-4, tipo de arranjo que organiza o time com 4 defensores, 2 meio campistas e 4 atacantes. Era um esquema mais ofensivo, o objetivo era fazer gols. E deu certo. Foi nesse esquema que o G. E. Renner se sagrou campeão citadino e estadual.