
O confronto entre Internacional e Renner marcado para o patriótico dia 07 de setembro de 1954 colocou frente a frente o tradicionalíssimo time colorado e o destemido esquadrão rennista. O alto nível das equipes que se enfrentaram no Estádio dos Eucaliptos, no entanto, ficou em segundo plano naquela tarde. O grande destaque foi a multidão de torcedores que lotou a casa colorada e ajudou a bilheteria do Internacional a registrar a maior renda já vista em um jogo entre clubes metropolitanos até aquele momento, Cr$ 141.610,00.
Mesmo sem Ivo Andrade e Gago, sem condições de jogo, e Juarez, que torceu seu tornozelo em um jogo de basquete recreativo dias antes da partida, o Grêmio Esportivo Renner esbanjou entrosamento. Em mais uma grande atuação, o time dos industriários sofreu apenas um gol e marcou três vezes, com Pedrinho, Breno e Joeci. A vitória por 3 a 1 na casa do adversário, com propriedade, colocou o Renner de vez no posto de principal candidato ao título do campeonato. Afinal, já era a quinta vitória consecutiva do time na competição. A Folha da Tarde Esportiva não deixou de registrar a grande atuação rennista e decretou em manchete: “ESTÁ ‘PINTANDO’ UM NOVO ‘PAPAI’ NO FOOT-BALL METROPOLITANO”.
Posteriormente ao jogo contra o Internacional, o time do 4º distrito empatou sua primeira partida no campeonato (2 a 2, em Caxias do Sul, contra o Juventude) e venceu o Grêmio no recém-inaugurado Estádio Olímpico (1 a 0). Assim, ao final de sete rodadas, o esquadrão rennista permanecia invicto, com 6 vitórias e apenas um empate. A concentração nos alojamentos do Instituto Porto Alegre (IPA) estava gerando resultados espetaculares, assim como a disciplina alimentar e a intensa preparação física dos atletas. Nesse cenário, o flagra que registrou o zagueiro Paulistinha cochilando agarrado em uma bola era, inquestionavelmente, a representação perfeita de um time que só sonhava com uma coisa: a conquista do campeonato gaúcho de 1954.
