
Os primeiros anos do Renner na divisão de honra do Campeonato Citadino de Porto Alegre foram espetaculares. Em 1945, ano de estreia, o desempenho foi especialmente surpreendente. Entre os feitos, destaca-se a 2ª colocação no primeiro turno da competição. Nesta fase, entre outros feitos memoráveis, o esquadrão Rennista abateu o tradicional time do Grêmio por 4 a 3. A imprensa, no dia posterior ao jogo, não deixou de enaltecer a vitória da equipe estreante no certame: “O onze Rennista, no domingo à tarde, em plena Baixada, portando-se com galhardia, impôs-se ao esquadrão Gremista – não por um bafejo de sorte e, sim, indiscutivelmente, por seu valor e por ter jogado muito melhor”. Nesse ano, no entanto, assim como nas cinco competições anteriores, o título ficou com o Internacional e o seu histórico “Rolo Compressor”. Ao Grêmio Esportivo Renner coube a honrosa quarta colocação.
O sucesso obtido no ano de estreia contribuiu para que fosse estabelecida uma meta ainda mais ousada para o campeonato seguinte. Em entrevista ao jornal Folha da Tarde, o treinador Gradim esclareceu as intenções daquele ano: “Um 3º lugar já basta! No ano passado entramos em quarto. Nada mais lógico do que aspirarmos um bom terceiro lugar neste ano”.
E não é que o time alcançou o posto almejado? A imprensa, mais uma vez, elogiou a evolução técnica da equipe, assim como seu excelente preparo físico, o qual se tornou marca registrada do esquadrão alvi-rubro. O segredo, segundo o Dr. Sílvio Baldino, médico das Indústrias Renner, e também do clube, era o preparo corpóreo e psicológicos dos jogadores, algo pioneiro na cidade. A concepção Rennista era de que o sucesso do time se assentava sobre o controle científico da preparação física dos atletas. Para isso, eram estabelecidas medidas racionais nas rotinas de alimentação e de treinos dos jogadores. O terceiro lugar obtido no certame de 1946 provou que a visão era coerente. O futuro do time dos industriários se mostrava promissor!

