
As conquistas do Renner ocorridas no final dos anos 30 (e início dos 40) levou o time a outro patamar. Nesse período, o esquadrão de industriários começou a deixar de ser um time de colegas de trabalho que jogavam futebol aos finais de semana, e começou a se tornar um time com traços profissionais. O desempenho da equipe nos campeonatos amadores demonstrava essa profissionalização. O comprometimento dos jogadores era exemplar e os resultados em campo só ratificavam o amadurecimento do plantel.
O crescimento da equipe foi coroado no final do ano de 1944. Neste ano, o campeonato amador da cidade previa, além das condecorações da conquista, a chance de postular a Divisão de Honra do futebol gaúcho. Ocorria da seguinte forma: o time campeão do torneio amador se tornava apto a disputar, contra a pior agremiação do campeonato profissional, a participação no Campeonato Citadino de Porto Alegre (torneio organizado pela Federação Rio-Grandense de Desportos, atual Federação Gaúcha de Futebol). Participar desse torneio, em que também eram combatentes as tradicionais equipes do Grêmio Foot-ball Porto Alegrense e do Sport Club Internacional, seria uma honraria sem precedentes para o esquadrão Rennista.
A dedicação da equipe ao longo do campeonato amador foi hercúlea. Os jogos foram disputados com uma dedicação nunca antes vista e, vitória após vitória, a equipe Rennista se via cada vez mais preparada para ascender ao nível profissional do futebol gaúcho. As duas disputas finais, contra o Nacional Atlético Clube, esquadrão formado pelos funcionários da Rede Ferroviária de Porto Alegre, equipe que tivera o pior desempenho no campeonato profissional daquele ano, foram memoráveis. As partidas, disputadas sob absoluta tensão, foram parelhas e acirradas. A última, entretanto, foi vencida de modo a coroar o plantel que há anos vinha se dedicando de maneira ilustre. E foi assim, com uma vitória pelo placar de 4 a 2, que o Renner conquistou o acesso ao Campeonato Citadino de Porto Alegre de 1945.

