
Em seus áureos tempos, o G. E. Renner era conhecido como “A Máquina”. Tal como um mecanismo industrial, o time do 4º distrito de Porto Alegre tinha as suas engrenagens perfeitamente ajustadas, o que levava a equipe a apresentar um entrosamento fantástico. Pra completar, o esquadrão tinha qualidade técnica de sobra e um espetacular preparo físico. Em qualquer esquema tático, WM ou 4-2-4, o resultado era quase sempre positivo.
“A Máquina” começava pelo extraordinário goleiro Valdir de Morais, o qual assumiu a meta rennista com apenas 19 anos. Com técnica apurada e uma disciplina incomparável, Valdir não deixava passar nada. Na zaga, Orlando era o central: medindo 1,81m, o beque era certeiro nas bolas altas e na marcação aos adversários. Paulistinha, por sua vez, era um quarto-zagueiro fora de série que participava, inclusive, de diversas jogadas no meio de campo. Nas laterais, Bonzo e Olávio eram marcadores natos. Além disso, o preparo físico era tamanho que os dois invariavelmente chegavam ao ataque com fôlego sobrando.
O meio de campo começava por Ivo Andrade. Com inteligência e agilidade, o meia era a engrenagem de ligação perfeita. Uma pena que uma grave lesão o tenha tirado dos gramados ainda em 1954. Mas Léo Gomes, o seu substituto, não fez por menos, esbanjando categoria no desarme e na saída de jogo. Na ponta direita, Sabiá era o responsável pelos dribles que desconcertavam os adversários. Lamentavelmente também foi afastado em função de uma precoce lesão. Pedrinho foi quem o substituiu sem prejuízos.
Ainda no miolo do time, mas um pouco mais a frente, Breno Mello era o meia-atacante velocista. Aquele que disputava a artilharia dos campeonatos. Nessa equipe o centro-avante era Juarez Lemos, o “Tanque”. Com uma efetividade absurda, Juarez era o goleador da equipe e, não à toa, se tornou o maior goleador da história rennista. O time contava ainda com a inteligência de Ênio Andrade, o camisa 10 detentor da melhor visão de jogo já vista nos gramados gaúchos. Joeci, por fim, era o ponteiro esquerdo que ia até a linha de fundo, mas que nunca deixava de voltar para compor a marcação. A máquina era à prova de falhas. Perfeita, e quase sempre imbatível!


