Em novembro de 1948 o Renner fez sua primeira viagem de avião, foi à Bahia para amistosos contra equipes da capital Salvador. Segundo o Jornal Esporte Ilustrado do RJ , capital da República, alcançou êxito a excursão.
“Realizou o Renner na Bahia 3 partidas, com uma vitória, um empate e uma derrota. Os Vices Campeões Gaúchos tem um quadro de qualidade reconhecida, onde despontam elementos de real valor, alguns cobiçados por clubes do Rio e São Paulo. Os jogos realizados foram: Ipiranga 1 x 3 Renner, Bahia 1 x 1 Renner e Galícia 1 x 0 Renner.”
No dia 7 de novembro, último compromisso contra o Galícia, além do Renner estrear uma camiseta nova, um gesto espetacular marcou o evento esportivo.
Antes de se deslocar para o Estádio da Graça, os jogadores na frente do hotel, foram assediados por um idoso com deficiência visual que pediu esmola à eles. O idoso cego, disse que tinha sido jogador de futebol, e que tinha encerrado a carreira no seu clube do coração o Galícia.
Era conhecido pelo apelido de “Dois Lados” e que naquele momento passava por muitas dificuldades. “
“Dois lados” tinha esse apelido, por ser ótimo ponteiro nos dois lados do ataque.
Medina, atacante e capitão Rennista intercedeu ao chefe da delegação Sr. Mário Azevedo, para levar o Dois Lados ao estádio, e buscar auxilio para o ex craque do Galícia. Por sugestão de Medina a equipe entrou no gramado carregando a bandeira alvi – rubra do Renner com Dois lados junto. Circulou por todo estádio, que estava lotado, possibilitando aos torcedores jogarem moedas e notas de CR$ 1,00 e CR$2,00 para a bandeira Rennista.
Dois Lados ovacionado pelos seus antigos fãs, chorava copiosamente.
Golaço do Medina, que no jogo não apareceu no placar.

