O calendário marcava 24 de agosto de 1958 quando o G. E. Renner e o S. C. Internacional entraram em campo para se enfrentar três vezes. Era um domingo gelado, típico do inverno gaúcho. O Internacional, já calejado pelas conquistas de diversos campeonatos, tinha a expectativa de vitória. O time rennista, no entanto, estava em franca ascensão no cenário porto alegrense, e também absolutamente confiante que poderia fazer frente às equipes coloradas nas três categorias em que se enfrentariam naquele dia: juvenis, aspirantes e profissionais.
A primeira partida, disputada no colorado Estádio dos Eucaliptos, colocou frente a frente as equipes juvenis dos dois clubes. E o que se viu no gramado foi uma tremenda valentia dos garotos rennistas. Mesmo jogando no estádio adversário, os jovens do 4º distrito não se intimidaram e garantiram a vitória por 2 a 1.
O confronto entre os aspirantes, disputado logo depois do almoço, se mostrou absolutamente enroscado. Os jogadores dos dois times estavam querendo mostrar serviço. Afinal, a categoria de aspirantes era a porta de entrada para os profissionais. O empenho das duas equipes foi tremendo, mas o esquadrão rennista foi mais efetivo: 1 a 0 para o time da casa.
A partida de fundo, entre os profissionais, era a mais aguardada. 10.341 torcedores absolutamente ansiosos lotavam o Estádio Tiradentes quando os times entraram em campo. E não houve decepção. Com máximo entrosamento, os “brotos” rennistas atropelaram: 5 a 2 para o Renner, com gols de Higino (3 vezes), Cláudio e Joeci.
A imprensa porto alegrense, no dia seguinte, não poupou elogios: “MAIS UMA ARTE DOS BROTOS RENNISTAS”, “INTERNACIONAL CAIU INAPELAVELMENTE” e “RE-NAL CONSAGROU A POLÍTICA RENOVADORA DE S. RODRIGUES” foram algumas das manchetes. A mais emblemática declarava: “OS BROTOS GANHARAM COM ESCORE DE COPA DO MUNDO: 5 A 2”. A lembrança do resultado conquistado pela seleção brasileira na final da Copa do Mundo da Suécia era a cereja do bolo. O sucesso dos brotos rennistas já não era mera promessa, mas sim uma realidade.

Contribuiu: Alduíno Zílio