
A conquista do campeonato amador de 1944 habilitou o G. E. Renner para a disputa do acesso à Divisão de Honra do ano seguinte. O triunfo, no entanto, não garantiu a vaga direta na competição em que participavam todos os grandes de Porto Alegre. Isso ocorria, pois, após a conquista do campeonato amador, era necessário vencer o pior colocado do Campeonato Citadino.
Naquele ano, o Nacional Atlético Clube foi o último colocado na Divisão de Honra. A disputa contra o clube formado pelos funcionários da Rede Ferroviária foi programada para ocorrer em campo neutro e no formato “melhor de 3 (pontos)”, onde a vitória valia 2 e o empate apenas 1. Ao perdedor do confronto, restava disputar o campeonato amador novamente. Ao vencedor, a honra de disputar a principal competição da cidade.
No primeiro confronto, uma partida absolutamente enroscada terminou em empate. No segundo, uma chuva de gols. Só no primeiro tempo foram 4. Ratão e Guido marcaram para o Renner, enquanto Cecílio e Rato assinalaram para o Nacional. No segundo tempo, Guido (mais uma vez) e Plínio marcaram os gols que levaram a torcida rennista à loucura. Oswaldo Rolla, o foguinho, ex-jogador e treinador gremista, foi o juiz que apitou e decretou o acesso do Renner à Divisão de Honra do futebol de Porto Alegre.
No dia seguinte, a Folha da Tarde registrou a conquista do time sediado no bairro Navegantes: “Abatido o Nacional no prélio decisivo por 4 x 2 – Júbilo nos arraias do clube navegantino”. Estava decretado: 14 anos após ser fundado no pátio de uma fábrica de tecidos, o time estava habilitado para disputar com os grandes. O 4º distrito estava em festa!
+
Os responsáveis da festança no distrito dos industriários: Ruy, Arlindo e Marreco; Amantino, André e Fritz; Caburé, Nirinho, Guido, Plínio e Ratão.