Selviro Rodrigues, o super homem rennista

Selviro Rodrigues foi o treinador mais vitorioso do G. E. Renner. Nascido em Tupanciretã em 31 de agosto de 1917, desde cedo se interessou por esportes. Tamanho fascínio fez o jovem querer estudar no Instituto Porto Alegre (IPA), o qual era considerado, no final dos anos 30, a escola brasileira com melhores instalações e equipamentos esportivos.

Nos primeiros anos em Porto Alegre, Selviro se destacou na natação. Sua determinação e disciplina o levou ao título de melhor atleta do IPA em 1939. Posteriormente, Selviro Rodrigues estudou na Escola de Educação Física do Estado do Rio Grande do Sul (atual ESEF/UFRGS), onde se gradou, e retornou ao IPA, desta vez como Professor.

Como docente, Selviro Rodrigues se destacou mais uma vez. A citação latina “mens sana in corpore sano”, que frisava a importância da manutenção de uma mente sã em um corpo são, foi difundida entre dezenas de alunos. A relevância da natação também foi disseminada entre seus pupilos. Para ele, todos deveriam dominar a natação, o esporte mais completo – o único capaz de ativar diferentes partes do corpo de forma simultânea.

Seu talento, e força de vontade como docente, o levou para o curso de especialização em Educação Física da Escola Superior do Exército (RJ), onde se aprimorou em questões técnicas e táticas do futebol. Após o término do curso, Selviro retornou a Porto Alegre, onde assumiu o cargo de preparador físico do Grêmio Foot-Ball Porto Alegrense.

Em 1950, dois anos após retornar a capital dos gaúchos, Selviro Rodrigues recebeu o convite para assumir o comando do G. E. Renner. Seu estilo como treinador, extremamente preocupado com a preparação técnica e tática dos atletas, rapidamente modificou o estilo de jogo do time rennista. Logo os resultados apareceram e levaram o Renner à sua época mais gloriosa. Foi nesse período também que a equipe passou a utilizar as dependências do IPA para atividades de concentração e treinamento.

Após o encerramento das atividades do G. E. Renner, em 1959, Selviro seguiu trabalhando no IPA, onde atuou como Professor e Diretor. Sua reverência à preparação física foi difundida entre os alunos e atletas que o conheceram, tornando-o uma lenda do esporte gaúcho.