
1952 começou em grande estilo para o Renner. Para os dias 04 e 07 de fevereiro foram agendadas partidas amistosas contra dois tradicionais times argentinos: o Club Ferro Carril Oeste e o Club Atlético Chacarita Juniors.
A primeira partida foi marcada pelo equilíbrio técnico. Mesmo assim, o Renner encontrou o gol que decretou a derrota da equipe argentina pelo escore mínimo. Já o segundo jogo, contra a equipe do Chacarita Juniors, ficou lembrado pela arbitragem absolutamente duvidosa de Mr. Alwin Bradley – juiz que chegou a Porto Alegre acompanhando a delegação argentina. Talvez pela intimidade proporcionada pela viagem em conjunto, o árbitro inglês descaradamente surrupiou a equipe gaúcha.
Após abrir o placar, e em seguida ver a equipe do Chacarita Juniors igualar o marcador, o time do 4º distrito se reposicionou em campo e partiu para cima. Em um dos ataques mais contundentes do time dos industriários, Breno invadiu a área, driblou um zagueiro e foi derrubado no exato momento em que se preparava para empurrar a bola para as redes. Mr. Bradley fez que não viu.
Posteriormente, mais um comportamento criminoso do juiz, algo que a Folha da Tarde registrou assim: “Aos 36 minutos do segundo período, um player argentino atacou Zé Miguel pelas costas; o juiz absurdamente, ou mal intencionadamente, deu o foul contra… o Renner! Cobrou-o Moreno pelo alto e Esquide emendou de cabeça com o goal a disposição”.
O gol sofrido na reta final do jogo parecia decretar a derrota Rennista. No entanto, foram necessários apenas 3 minutos para que o Renner se reorganizasse e Lípio assinalasse o gol de empate – algo que fez os argentinos perderem a cabeça. Tamanho descontrole se transformou em um verdadeiro “sururu”, algo sem precedentes nas dependências do Grêmio Esportivo Renner. O relógio marcava 39’ do segundo tempo quando quase todos os jogadores se engalfinharam cinematograficamente. O maior “sururu” da história do Estádio Tiradentes só terminou quando a Polícia entrou em campo e apartou a bandalheira. 2 a 2, resultado final.
