Pinóquio, o árbitro mentiroso

Adalberto Silva, o Pinóquio, entre Mourão, o capitão da seleção de Alagoas, e Ênio Rodrigues, o capitão do time rennista (Foto Reprodução / Acervo Memorial)

O confronto entre o Renner e a Seleção de Alagoas, disputado em 27 de dezembro de 1953, foi um dos mais inesquecíveis da excursão ao Norte/Nordeste. O personagem da partida, no entanto, não foi nenhum jogador rennista, e sim o árbitro Adalberto Silva, conhecido como Pinóquio.

O estranho juiz de pernas tortas entrou no gramado vestindo meias vermelhas, calção amarelo e uma inconfundível camisa verde. Pra completar o insólito traje, Adalberto ostentava em sua cabeça um gorro com um bico em uma de suas pontas. Mas a vestimenta não foi a única coisa que chamou a atenção naquela tarde…

O primeiro absurdo aconteceu ainda no primeiro tempo, quando o excêntrico personagem marcou um pênalti para os alagoanos que apenas ele viu. Orizon cobrou e abriu o marcador para o time da casa. Poucos minutos depois, dois gols rennistas foram inexplicavelmente anulados. Os jogadores do Renner já demonstravam sinais de revolta, quando Joeci marcou mais uma vez, e Adalberto finalmente confirmou um gol do time dos industriários.

No segundo tempo, quando o jogo já se encaminhava para o seu final, Ênio Andrade fez um golaço de fora da área, o qual foi furiosamente comemorado pelo craque. O juiz, ao ver tal cena, confirmou o gol, mas expulsou o meia gaúcho. Pouco após o reinício do confronto, mais um pênalti inexistente para a seleção alagoana. Orizon cobrou e igualou o marcador: 2 a 2. Os jogadores rennistas, mesmo incrédulos com a patifaria do árbitro, continuavam em busca da vitória. Tal cenário mudou quando Pinóquio assinalou o terceiro pênalti para a equipe da casa.

Uma confusão geral se instalou no gramado. Depois de 10 minutos de muito empurra-empurra, Valdir, o goleiro rennista, decidiu se retirar de campo e foi seguido por todos os seus companheiros. Mesmo sem time adversário, Orizon cobrou o pênalti e marcou o gol mais fácil de toda a sua vida: 3 a 2. A diretoria alagoana foi então até o vestiário rennista, a fim de convencer os atletas a dar andamento ao confronto. Sensível aos argumentos do adversário, os jogadores do time gaúcho retornaram ao gramado. O que eles não esperavam era que, ao segundo toque na bola, o juiz encerrasse o absurdo match.

Time titular do G. E. Renner na excursão ao Norte/Nordeste, 1953 – em pé: Valdir, Ênio Rodrigues, Ody, Bonzo, Orlando e Vado; Carlitos, Breno, Pedrinho, Ênio Andrade e Orceli (Foto Reprodução / Acervo Memorial)

Publicado por rennervive

Uma página dedicada ao Grêmio Esportivo Renner (1931-1959)

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