
O último jogo do Renner no campeonato citadino de Porto Alegre de 1953 ocorreu em um sábado do final do mês de outubro. A vitória de 5 a 2 sobre o Nacional, triunfo que garantiu o vice-campeonato para o time rennista, no entanto, não foi a última partida disputada naquele ano. O motivo do adiamento do recesso daquela temporada foi a excursão da equipe para a realização de 14 amistosos em diversos estados das regiões Norte e Nordeste do País. A excursão, que teve duração de dois meses, foi uma das maiores excursões de um clube brasileiro de futebol.
Os objetivos da atípica jornada estavam vinculados à manutenção do ritmo de jogo dos atletas. Mas não só a isso. Afinal, eram também objetivos da viagem a propaganda e a divulgação do time, e da marca Renner, em estados que possuíam revendedores Renner sediados em suas capitais.
A conturbada viagem até Belém do Pará, a qual submeteu a delegação a uma escala forçada de dois dias no Rio de Janeiro (devido à pane de um dos motores do Constellation da Varig que levaria os atletas até a capital paraense), prejudicou o desempenho da equipe na primeira partida. A derrota por 1 a 0 para o Paysandu, no entanto, não desanimou os jogadores, e o que se viu, nos amistosos subsequentes disputados na mesma cidade, foram duas majestosas vitórias e um legítimo empate. Os irmãos Ivo e Ênio Andrade foram os destaques dessas partidas. O jornal O Liberal, da capital paraense, não poupou elogios: “Entre todos os grandes clubes do Brasil que aqui se exibiram, nunca houve um que apresentasse um meio de campo tão perfeito”.
Após os jogos em Belém, a equipe rennista atuou ainda em São Luís, Fortaleza, Maceió e Recife. Ao total, foram 7 vitórias, 3 empates e 4 derrotas. Após cumprido o dever, o time foi recebido em Porto Alegre com festa. A excursão havia sido um sucesso. A marca Renner estava ainda mais enraizada pelo Brasil e a equipe de futebol estava mais unida do que nunca.