Trabalho na Renner, Campeões no Renner

“Cesse tudo o que a antiga musa canta que outro valor mais alto se alevanta”( Crônica do jornal a HORA – 09 janeiro 1955)

   “Que soem as fanfarras!

   Que toquem à estridência anunciando a nova era!

   Que a cidade inteira ouça as salvas da vitória!

   É um novo CAMPEÃO que surge!

Tremei oh senhores do Estádio Olímpico e dos Eucaliptos!

   Tremei que foi subvertida a ordem burguesa do futebol!

   Uma organização integrada e dirigida exclusivamente por homens que cumprem jornada de 8 horas, realizou a revolução proletária no esporte – como diria um esquerdista da dupla dominante.    

   É o triunfo do G. E. Renner. A supremacia do trabalho sobre a riqueza às vezes artificial; o poder do novo sobre o velho; a soberania da vontade sobre os obstáculos; a desforra da mãe cheia de calos ante as unhas polidas; a oportunidade, enfim, da gente simples que tantos supõem incapaz! Mais alto os clarins!

   É o Grêmio Esportivo Renner que se apresenta!

De onde vem e para onde vai?

Vem da fábrica, vem da várzea. Foi fundado por homens do trabalho. A destra que em 27 de julho de 1931 firmou a sua ata de fundação talvez tenha arranhado a caneta de tão calosa. Por isso é o Clube dos Industriários, a entidade dos proletários. Vem dos Navegantes, vem da Série B, onde também foi campeão em 1938, 1939, 1940, 1941 e 1942 com o Técnico Gradim. .

   Vem da vontade de vencer!

   E para onde vai?

   Vai para a consolidação de seu grande triunfo, para o pedestal da glória, definitivamente para a história do futebol gaúcho. Vai ser mencionado pelo tempo em fora como o clube que consegui quebrar a invencibilidade que a dupla Grenal mantinha há um quarto de século.

   Vai ser respeitado. Sua opinião – o voto do campeão – vai pesar em futuras discussões. Seus jogadores serão valorizados. Amanhã terão os nomes recordados, mencionados como heróis de 1954 – letras de ouro do futebol gaúcho.

  Vai ter todas as honras conferidas a um grande Campeão.”

Imagem: Trabalho na Renner, Campeões no Renner.

Trabalhadores: Ivo Andrade, Valdir, Sabiá, Ênio Andrade, Gradim no Tear, Heitor e Oswaldinho no Corte