A Dignidade

   Afastado por problemas de saúde o técnico tecelão Gradim, acompanhou como todo o desportista do RGS a polêmica gerada por notícias de que os jogadores Rennistas, teriam vendido a partida para o Grêmio, líder invictito do certame de 1949.

   O Renner apresentou neste jogo do dia 23 de outubro, o goleiro Valdir de Morais, com apenas 18 anos e como técnico interino o centro médio da equipe, Heitor Moura.

   Heitor, dias após a partida, vitória de 1×0 na Baixada gol de Guido, assim se manifestou a Folha Esportiva:

   “ Depois de vencermos o Grêmio, prejudicando sensivelmente suas chances de levantar o campeonato, muito se tem falado sobre os bichos  que nós , os jogadores do Renner, iríamos receber de associados do S. C. Internacional; contudo ninguém fala agora na situação que criaram para nós antes da partida; e no entanto, se tantos esforços fizemos para vencer o adestrado conjunto da Baixada, não foi pelo que nos esperava depois do jogo; mas que se formou em torno de nós antes da partida.

   É realmente uma injustiça que se está fazendo com os jogadores do Renner, afirmando que só venceram o jogo em virtude do prêmio que receberiam de outro clube.”

   Pelos dois lados, antes e depois, acusações levianas de bicho extra pela vitória ou recompensa pela venda do jogo, correram soltas na cidade.

   Heitor conclui: ”A nossa situação antes do jogo era insuportável; e mais insuportável ficaria se tivéssemos saído de campo derrotados. Nunca mais haveria quem tivesse confiança em nós.

   Não foi o Grêmio que perdeu, ou o Internacional que ganhou; ganhou acima de tudo o Renner e seus jogadores, porque ganhamos o que nunca nos consolaríamos de perder: A Dignidade!”

Na imagem 01: José, Vado, Heitor, Valdir, Pedro e Bedeu; Flávio, Cabano, Guido, Segura e Medina – Estádio da Baixada

Na imagem 02: A entrevista de Heitor na redação da Folha Esportiva (28/10/1949)

Publicado por rennervive

Uma página dedicada ao Grêmio Esportivo Renner (1931-1959)

Um comentário em “A Dignidade

  1. O presidente inesquecivel, Antônio Casaccia, meu pai, ressaltava que os atletas do Renner, além da capacidade técnica tinham excelente caráter!!!

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